
Depois de 64 anos, o Brasil volta a sediar a Copa do Mundo.
A partida de abertura será realizada hoje (12) na Arena Corinthians, em São
Paulo, entre as seleções do Brasil e da Croácia. O jogo está marcado para as
17h (horário de Brasília). Ao todo, 64 partidas serão disputadas ao longo da
competição, que segue até o dia 13 de julho.
Para chegar aos estádios, os torcedores deverão estar
atentos às diversas mudanças no trânsito. Em cada uma das 12 cidades-sede foi
adotado um esquema diferente para uso do transporte público e estacionamento de
carros particulares.
Com as diversas mudanças no entorno das arenas, entidades
que defendem os direitos de quem tem mobilidade reduzida estão preocupadas com
o acesso aos locais dos jogos. Chegar ao estádio com facilidade e segurança
pode ser um desafio para quem quiser acompanhar os jogos do Mundial.
Cada cidade definiu um esquema próprio de feriados e
horários de trabalho durante os dias de jogos. De acordo com a Lei Geral da
Copa, os estados, o Distrito Federal e os municípios que sediarão os eventos
podem declarar feriado ou ponto facultativo nos dias das partidas. Há ainda
aquelas cidades que optaram por mudar o horário do expediente em dias de jogos.
Dentro do estádio, o torcedor deve estar atento às diversas
restrições impostas pela Federação Internacional de Futebol (Fifa). Nas arenas
não será possível entrar com tablets nem com mochilas ou sacolas grandes.
Durante as partidas do Mundial, também não será permitida a entrada com
instrumentos que produzam som excessivo, tais como megafones, sirenes,
vuvuzelas e, inclusive, a caxirola.
Cerca de 3,7 milhões de turistas – entre eles, 600 mil
estrangeiros – são esperados no Brasil durante o período do evento. A
estimativa do Ministério do Turismo é que eles deixem em território nacional
cerca de R$ 6 bilhões. Para conhecer melhor o país, o turista pode usar
aplicativos para smartphones que trazem dicas de passeios e roteiros.
O visitante também pode ter acesso a informações sobre os
principais pontos turísticos, telefones úteis e roteiros alternativos nas 12
cidades-sede com as dicas publicadas pela Agência Brasil nas últimas semanas.
A Copa do Mundo mexeu ainda com os calendários escolares. Em
pelo menos sete das 12 cidades-sede, o recesso do meio do ano foi antecipado
para junho, e os estudantes terão 30 dias de folga.
Para o Mundial, o país também se preparou em termos de
segurança. Foram montados centros integrados nacionais e regionais para
monitorar a situação nas cidades-sede. Com investimento de R$ 1,9 bilhão, a
operação de segurança e defesa conta com 157 mil agentes da segurança pública e
das Forças Armadas. Policiais estrangeiros também estarão no Brasil. Eles não
terão poder de polícia, mas poderão auxiliar os cidadãos de seus países em caso
de necessidade. Além de agentes dos 31 países que vão participar do Mundial,
serão enviados policiais de mais 15 países convidados.
O Ministério da Saúde vai monitorar situações de emergência
pública registradas durante a Copa por meio de um centro nacional de operações
com base em Brasília. O Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde
(Ciocs) foi ativado no dia 28 de maio e segue em funcionamento até 23 de julho.
Nas cidades-sede, cerca de 10 mil profissionais de saúde da rede pública,
capacitados pelo ministério, estarão atuando durante o Mundial.
Na expectativa para a Copa, crianças, jovens e adultos
encontraram na troca e na coleção de figurinhas uma maneira de entrar no clima
do Mundial. Em várias capitais, pontos de troca atraíram a atenção dos
brasileiros e o encontro nesses locais virou programa de domingo para as
famílias.
>> Copa 2014: Acompanhe a cobertura completa da
Agência Brasil
Apesar do clima de festa em alguns lugares, o sentimento dos
brasileiros está dividido quando o assunto é Copa do Mundo. Muitos sentem uma
mistura de ansiedade e animação com a proximidade dos jogos e com o evento no
território brasileiro. Entretanto, a indignação e a insatisfação com os gastos
feitos pelo governo para a realização do evento não são ignoradas.
Para o período do Mundial, movimentos sociais planejam
protestos e mobilizações.
Eles criticam os gastos com a construção e reforma de
estádios, a isenção fiscal concedida à Fifa e demais empresas ligadas à
promoção do Mundial, os despejos e as remoções decorrentes de obras para a
Copa, a proibição do trabalho de ambulantes nas proximidades dos estádios, o
aumento da exploração sexual de crianças e adolescentes (que estarão mais
vulneráveis durante o evento devido ao período de férias) e o processo de
expulsão das populações de rua de áreas nobres das cidades.
Em documento, a Articulação Nacional dos Comitês Populares
da Copa (Ancop) convoca a população a se manifestar durante os jogos do
campeonato: “Estar nas ruas durante a Copa do Mundo é um ato de fortalecimento
da democracia e de um novo modelo de país que avance na participação direta do
povo e na construção de políticas públicas efetivas em favor da justiça e
igualdade social”.
Nos últimos meses, esses movimentos intensificaram a agenda
de protestos e fizeram manifestações nas cidades-sede, cobrando dos governos
que priorizem o investimento em políticas sociais e deem respostas às denúncias
de violação de direitos humanos. Para o ministro do Esporte, Aldo Rebelo,
entretanto, o clima de festa durante o campeonato reduzirá as manifestações no
país.
O governo federal defende que a Copa deixará legados, como a
melhoria na infraestrutura das cidades e o incremento no turismo, e trará
ganhos econômicos para o Brasil. Segundo o Ministério do Turismo, na Copa das
Confederações, em junho do ano passado, os estrangeiros gastaram, em média, R$
4.854 durante os 14,4 dias em que permaneceram no Brasil.
SobreMim
Nada A DeClarar no Momento, Blog em Construção
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