
A honra de dar o pontapé inicial na cerimônia de abertura da
Copa do Mundo, amanhã (12), em São
Paulo, caberá a um paraplégico que usará um traje robótico similar ao do
personagem dos quadrinhos Homem de Ferro, e criado por um cientista brasileiro.
Miguel Nicolelis foi quem chefiou uma equipe internacional de 156 pesquisadores
para criar um exoesqueleto futurista, desenvolvido para permitir que vítimas de
paralisia possam andar.
Na cerimônia de abertura da Copa do Mundo em São Paulo, um
paraplégico – cuja identidade tem sido mantida em sigilo – deixará para trás a
cadeira de rodas para entrar no gramado usando o traje e dar o pontapé inicial
do torneio.
Circuitos elétricos instalados nos "pés" do traje
enviarão um sinal de retorno ao usuário através da pele artificial que cobrirá
seu braço, transmitindo a sensação de movimento e contato.
"É a primeira vez que um exoesqueleto é controlado por
atividade cerebral e oferece 'feedback' aos pacientes", declarou
Nicolelis, neurocientista da Universidade Duke, na Carolina do Norte (EUA).
"Fazer uma demonstração em um estádio é algo muito fora
da nossa rotina na robótica. Nunca foi feito antes", prosseguiu o
cientista.
Sua voz mistura cansaço e animação diante da proximidade do
apogeu espetacular de 30 anos de trabalho, mais de 200 artigos científicos e
incontáveis testes clínicos.
Nicolelis deu os primeiros passos nesta direção em 1984,
quando redigiu sua tese de doutorado sobre conexões neurais no controle muscular.
Ele disse que a ideia de desenvolver o traje lhe ocorreu em
2002, quando os cientistas apenas começavam a explorar exoesqueletos robóticos.
"Em 2009, depois que soubemos que o Brasil sediaria a
Copa do Mundo, eles me pediram ideias para mostrar o Brasil de uma forma
diferente daquela que o mundo costuma vê-lo. Foi quando eu sugeri fazer uma
demonstração científica para mostrar às pessoas que o Brasil está investindo e
tem potencial humano para fazer coisas além do futebol", afirmou.
Nicolelis contou que ele e uma equipe com mais de 40 pessoas
mal têm deixado o laboratório desde março, quando chegaram a São Paulo, para
finalizar os preparativos da demonstração.
Mas o sacrifício é compensador, afirmou, lembrando um
momento, em 24 de abril, em que um usuário com paralisia deu os primeiros
passos usando o exoesqueleto.
Eles batizaram o traje com o nome de BRA-Santos Dumont, uma
combinação das três primeiras letras usadas para identificar o Brasil em
competições esportivas e Alberto Santos Dumont, o pai da aviação brasileira.
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Nada A DeClarar no Momento, Blog em Construção
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